Presidente da CNV, Pedro Dallari entrega relatório final à Presidente |
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Comissão Nacional da Verdade (CNV) entregou na manhã desta quarta-feira à
presidente Dilma Rousseff (PT) o relatório final de atividades do colegiado. A
solenidade, no Palácio do Planalto, contou com a presença de ministros e reuniu
50 convidados, além da imprensa. A presidente se emocionou ao falar sobre a
importância de se resgatar as memórias da ditadura. De acordo com ela, o
governo se debruçará sobre o relatório final da CNV, pois é preciso
"conhecer a história para entendê-la melhor". Dilma destacou que
"a verdade não significa revanchismo", fazendo clara alusão às
discussões sobre a Lei de Anistia.
O coordenador da CNV, Pedro Dallari, lembrou que a comissão chega ao final dos trabalhos no Dia Internacional dos Direitos Humanos e informou que o relatório final contém mais de quatro mil páginas, divididas em três volumes, que focam prioritariamente as graves violações dos direitos humanos ocorridas no período entre as constituições de 1946 e 1988, e em especial a época da ditadura militar.
Dallari reforçou que a comissão evitou abordagem de caráter analítico e privilegiou o quadro circunstancial que envolve as violações. O coordenador afirmou que o terceiro volume do relatório final é considerado o mais importante por contar com os perfis dos 434 mortos e desaparecidos identificados até o momento. Segundo ele, o trabalho da CNV não foi o início e nem representa o fim das ações em defesa da memória desse período, fazendo referência às comissões de Anistia e de Mortos e de Mortos e Desaparecidos, que são anteriores à CNV, e também às comissões e comitês locais criados em âmbito local e regional, que continuarão atuando. "Caberá a essas instituições assim como à universidade dar continuidade às investigações", disse Dallari.
O relatório final <http://www.cnv.gov.br/index.
A presidente da República concluiu sua fala agradecendo a comissão e afirmando que "o Brasil saberá reconhecer a importância deste trabalho". Ao final da solenidade, integrantes da União Juventude Socialista (UJS) fizeram um ato em defesa da punição de torturadores. O grupo entregou às autoridades presentes um documento com a chancela de diversos grupos ligados aos movimentos sociais. O documento celebra os trabalhos da CNV, mas cobra justiça em relação às violações dos direitos humanos. Ainda na tarde desta quarta-feira, o relatório será entregue pelos integrantes da comissão aos poderes Legislativo e Judiciário.
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