A Comissão Municipal da
Verdade de Juiz de Fora (CMV-JF) entregou, na manhã desta segunda-feira, o
relatório final dos trabalhos aos representantes dos poderes Executivo e
Legislativo. Uma via do documento foi entregue também à subseção
Juiz de Fora da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e à Universidade Federal de
Juiz de Fora (UFJF), que foram parceiras dos trabalhos.
Os integrantes da comissão foram recebidos no auditório da Prefeitura, em solenidade que contou com a presença do prefeito Bruno Siqueira, do presidente da Câmara, Rodrigo Mattos, da Diretora de Ações Afirmativas da UFJF, Maria Elizabete de Oliveira, representando o reitor Júlio Chebli, e da presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Cristina Couto Guerra, que também integra a CMV-JF.
A presidente da CMV-JF, Helena da Motta Salles, agradeceu à Prefeitura e à Câmara Municipal pela iniciativa de criar a comissão e à OAB e UFJF pela parceria, que ajudou a viabilizar os trabalhos. A 4ª Circunscrição da Auditoria Militar também foi lembrada como parceira na descoberta e divulgação de documentos.
Helena destacou que muitos depoentes encontraram nos trabalhos da comissão a primeira oportunidade para falar sobre as violações dos direitos humanos, que envolveram perseguição e tortura. A presidente também ponderou que a quantidade de documentos reunida pelo colegiado é extensa e que o trabalho da comissão não esgotou o tema, deixando aos pesquisadores um vasto material para pesquisas futuras.
Prefeito Bruno Siqueira recebe das mãos de Helena Motta o relatório (Foto: Leiliane Germano) |
O prefeito Bruno
Siqueira pontuou o momento de debates em que se encontra a sociedade atualmente
e afirmou que a luta de ideias é melhor do que a luta de armas na busca e consolidação
da democracia. Destacou, também, a importância dos trabalhos da Prefeitura em
prol da transparência. O prefeito ainda ressaltou a relevância de Juiz e Fora
no cenário nacional e as tristes lembranças das passagens de presos políticos
pela cidade, o que incluiu a presidente da República, Dilma Rousseff, o
governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e o prefeito de Belo Horizonte, Márcio
Lacerda.
O presidente da Câmara, vereador Rodrigo Mattos, destacou a importância dos trabalhos da comissão, que representou a união no propósito de reafirmar o apreço pela democracia, e colocou a Câmara à disposição da população. Ele lembrou ainda dos trabalhos feitos pelo Executivo para restituir os mandatos dos vereadores cassados durante a ditadura.
Segundo a coordenadora do projeto de extensão fruto do convênio da UFJF com a CMV-JF, Christina Musse, os resultados das pesquisas são importantes não apenas para o projeto “Memórias possíveis: depoimentos da Comissão Municipal da Verdade”, mas pela possibilidade de incentivar novas frentes de trabalhos. “A abertura de áreas de investigação científica será beneficiada, pois, a partir de agora, os pesquisadores do projeto e todos os outros que tiverem interesse, poderão desenvolver ações e novas pesquisas sobre a ditadura na cidade. Assim, a UFJF também cumpre uma de suas missões, que é contribuir para uma sociedade mais fortalecida e democrática.”
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