sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Relatório da Comissão Municipal da Verdade vai virar livro

Com o auxílio da Caixa de Assistência dos Advogados (CAA), da 4ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o relatório que a Comissão Municipal da Verdade de Juiz de Fora (CMV-JF) prepara como etapa final dos trabalhos será lançado em formato de livro após a conclusão das atividades. A proposta foi acertada com todos os parceiros nesta semana e fará com que o relatório final fique disponível não apenas on-line, mas também em versão impressa, que será distribuída às bibliotecas e escolas do município. A obra conterá, além dos capítulos escritos pelos comissários e pesquisadores, imagens e fotos do período da ditadura militar (1964-1985), servindo como fonte de pesquisa para futuros trabalhos relacionados ao tema. A ilustração da capa será de autoria do arquiteto e artista plástico Jorge Arbach.

Para a presidente da CMV-JF, Helena da Motta Salles, é de fundamental importância que a sociedade juiz-forana compreenda melhor o que de fato aconteceu na cidade durante os "anos de chumbo". O livro possibilita alcançar um público maior. Ele vai ser distribuído às bibliotecas de instituições públicas, sobretudo as de ensino, para exatamente ficar ao alcance de toda a população. "Se fosse entregue apenas um exemplar ao prefeito, a difusão ficaria muito limitada. Graças à parceria com a CAA, OAB e UFJF, tornou-se possível multiplicar o texto e torná-lo disponível ao grande público", destaca Helena. Além disso, o livro é resultado do grande esforço da Comissão ao longo de um ano de trabalho, que contou com a participação imprescindível dos pesquisadores e bolsistas da UFJF, que se desdobraram junto aos integrantes da CMV-JF para estabelecerem relações entre as informações contidas em arquivos e os depoimentos realizados.

Coordenadora do projeto de extensão "Memórias Possíveis" - firmado a partir de convênio entre a UFJF e a comissão -, Christina Ferraz Musse acredita que "a participação de professores, funcionários técnico-administrativos em educação e alunos da Universidade Federal de Juiz de Fora na pesquisa documental, gravação de depoimentos, elaboração de textos e seleção de material iconográfico em parceria com a Comissão Municipal da Verdade para a elaboração do relatório final de atividades é a prova de que a instituição pública tem o dever e consegue promover a transformação social, através do conhecimento. Além do empenho de todos os segmentos da comunidade universitária, a  UFJF também apoia a confecção do livro que vai garantir ampla visibilidade ao trabalho realizado. Desta forma, cumpre o seu lema de 'espargir' luzes, isto é, tornar claro aquilo que estava escondido, velado e, muitas vezes, até esquecido nos porões da ditadura".

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