terça-feira, 18 de novembro de 2014

Auditoria e CMV-JF entregam documentos a ex-presos políticos

A Comissão da Verdade de Juiz de Fora (CMV-JF) e a Auditoria da 4ª Circunscrição Judiciária Militar (4ª CJM) promoveram nesta segunda-feira (17), no plenário da sede da Auditoria, evento para devolução de documentos pessoais retidos no período da ditadura, que não foram retirados pelas pessoas que responderam inquérito ou processo na Auditoria no período de 1964 a 1985. Entre esses documentos, se encontram fotos, carteiras de identidade e de trabalho, títulos eleitorais, passaportes, entre outros. A maior parte do material entregue é da década de 1970. A presidente da República Dilma Rousseff e o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, figuram entre as trinta e duas pessoas que tiveram a documentação retida, mas não estiveram presentes neste ato. No evento, documentos de nove pessoas foram entregues a elas próprias ou a seus representantes.
A anfitriã da solenidade, a juíza da 4ª Circunscrição Judiciária Militar, Maria do Socorro Leal, assinalou o valor simbólico da cerimônia e salientou que “a Justiça Militar da União mantém o firme compromisso com a verdade e refuta quaisquer atentados aos interesses individuais”. Para a presidente da Comissão Municipal da Verdade, Helena da Motta Salles, o trabalho desenvolvido em Juiz de Fora tem sido emocionante e revelador. O gesto de resgatar e devolver os pertences aqui confiscados é um ato histórico de “respeito aos direitos democráticos”. Representando a Comissão Estadual da Verdade, Jurandir Persichini Cunha, considerou a solenidade um exemplo a ser seguido pelas demais comissões. O prefeito Bruno Siqueira destacou a importância do trabalho da Comissão Municipal da Verdade no resgate da história e da memória local.
Preso nos primeiros dias após o golpe, o fundador da União Nacional dos Servidores Públicos Civis de Minas Gerais, Henrique Roberti Sobrinho, emocionou-se com o “inusitado” regresso ao lugar em que foi “espezinhado e julgado” e considerou o evento como um marco no processo de “resgate das lutas sociais”. A militante do Comando de Libertação Nacional (Colina) na capital mineira, Maria José Nahas, veio à cidade resgatar seus documentos e os de seu marido, Jorge Raimundo Nahas. Antes de passar um ano e meio presa, foi a primeira guerrilheira urbana do país.

Ana Lúcia Batista - Foto: Mariana Meirelles

 Foto: OAB-MG

 Foto: Rafaela Almeida

Marco Antonio Victoria Barros - foto de Mariana Meirelles

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